segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Resenha: Cartas para você


 
Sinopse: 
     Após sofrermos a perda irreparável de um ente querido,  fase de luto pode ser, muitas vezes, dolorosa. Externizar os sentimentos na medida do possível é, sem dúvida, uma forma ideal para enfrentar essa difícil fase.
     Cartas para você é uma árdua e corajosa tentativa de superação. Em formato de diário, a autora desabafa, de modo cativante, toda a sua trajetória de vida, incluindo a época da perda de seu pai, e a incessante busca por aceitação, para, enfim, rumar novos horizontes e reencontrar a alegria de viver.



Resenha:

"Quando eu tinha dezenove anos e estava sentada na minha cama como uma alucinada, chorando por causa do fim do meu namoro de um ano e meio, achando que eu nunca mais conseguiria ser feliz, meu pai disse para mim:
- Filha, vai passar. Terminar um namoro é como perder alguém. Sofremos por um tempo, e depois nos acostumamos.
(...)
Quase três anos depois, descobri, do jeito mais difícil, que meu pai se enganou: levar um pé na bunda nem se compara a perder alguém"

     A vida de Georgia entra em uma montanha russa que tem mais baixos que altos a partir do momento em que ela perde o seu pai. Ela começa então a escrever um diário para desabafar sua difícil passagem através do luto pela pessoa mais importante da sua vida. O diário, na verdade, é escrito em formato de cartas endereçadas à Aceitação. Isso mesmo, em maiúsculo. Como uma pessoa de quem ela espera desesperadamente uma visita.
      Cartas para você traz uma perspectiva mais intimista do que é perder alguém querido. E como todos os momentos impactantes da vida, só conseguem entender aqueles que passam por isso. Georgia é muito consciente do que sente e do fato que ela deve seguir em frente, mesmo com esse grande buraco na sua vida. O começo de sua jornada é difícil, os primeiros capítulos estão mergulhados em drama e lamentação, o que torna a leitura por vezes cansativa.
       Além de abordar o luto, o livro também expõe temas como problemas amorosos, alta estima, problemas familiares (picaretas na família, quem nunca?), e por isso torna a leitura mais real e intimista,  realmente inserindo o leitor no ambiente que Ge vive. Além das ótimas e atuais referências de livros e seriados que ela faz.

"Tudo o que consigo sentir agora é o quanto eu gostaria de poder abraçar meu pai, deitar do lado dele na cama e ver um episódio de House"
(Página 171)

         Com o tempo, a mocinha vai percebendo que a Aceitação que tanto procura é na verdade resultado de um processo gradual e lento de cura, e que aos poucos, mesmo que ela nunca supere totalmente a ausência do seu melhor amigo, tudo pode dar certo afinal. E novos caminhos e acontecimentos virão dessa ausência. Ela enfim consegue fazer amizade com a "destinatária" das suas cartas.

Um comentário:

  1. Parece ser interessante a história, ainda não tinha ouvido falar do livro.
    E realmente livro que contem morte de uma pessoa querida é muito intenso..

    Bjos
    http://paradisebooksbr.blogspot.com.br/

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