segunda-feira, 7 de julho de 2014

Resenha: A verdade nua e crua


       Abby Richter (Katherine Heigl) é uma produtora jornalística organizada, controladora e exigente. Ela sonha em encontrar o homem ideal que atende a vários aspectos que estão numerados em uma lista que ela criou. Um dia, ela casualmente assiste ao programa A verdade nua e crua, que é apresentado pelo "inconveniente" Mike Chadway (Gerard Butler). O discurso do cara vai de encontro a tudo que ela e todas as mulheres acreditam, enfatiza o quanto o homem é um ser sexual, que é atraído pela aparência e os "dotes" na cama.
       O contraste na personalidade dos dois é um dos maiores atrativos do filme. Ele põe em questão as grandes diferenças entre homens e mulheres que as comédias românticas geralmente escondem. E esse filme sempre me deixa um pouco mais desiludida no quesito romance. 
        Depois de uma discussão por telefone ao vivo, Mike e Abby acabam trabalhando juntos, quando a emissora em que ela trabalha compra os direitos do programa dele. Ela, então, tem que se submeter ao apresentador "nu e cru". 


      Mas eles fazem uma aposta no mais novo interesse romântico da produtora: se o seu vizinho se interessar pela garota que o Mike produzir segundo seus "conhecimentos no departamento masculino", Abby não irá mas contestar o modo de Mike de conduzir o programa. Em caso contrário, Mike promete se demitir e largar do pé dela. E ele leva a melhor. À primeira vista, pelo menos.

      Mas é claro, óbvio, tá na cara, que essa aposta não acaba bem. No meio do caminho, a convivência (mesmo entre os tropeços dos dois) os aproxima, e traz com ela um sentimento de intruso na estória. O que resta é saber como os dois cabeças-duras irão se resolver.
          Os diálogos são muito bons, muito engraçados. Ambos são perspicazes e sabem conduzir uma conversa. O esquema Yin-Yang que é colocado no filme vai se desenvolvendo de forma crescente, ou seja, as diferenças entre eles ficam cada vez menos contrastantes ao decorrer da narrativa, pois é mostrado que existe um pouco de Abby no Mike, e vice-versa. Esse é um recurso comum em produções assim, mas não deixa de ser menos efetivo. 

"- Você sabia que eu já tive o arcebispo Desmond Tutu neste programa?

- Quem é esse?

- Não consigo nem mostrar para você o quanto eu decaí, porque você nem conhece as referências. (...) Agora eu vou transmitir do inferno junto com a moça do tempo nua do Canadá.

- Sério? Tem uma moça do tempo nua?! Podemos dar um emprego para ela?"
 

         E por último, vale lembrar: elenco também conta! E muito! Esse filme já saiu na frente por contar com a Katherine e o Gerard, que são grandes referências no mundo cinematográfico. Heigl está mais engraçada que nunca, e Gerard se mostrou uma carinha que promete nas próximas comédias românticas.


“ - É, é assustador. É apavorante. Principalmente quando eu estou apaixonado por uma maluca como você.

- Eu não sou uma maluca!

- Eu acabei de dizer eu te amo e você só ouviu o “maluca”?!

(...)

- Está apaixonado por mim? Por quê?

- Eu não faço a menor ideia. Mas eu estou.”


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