segunda-feira, 9 de março de 2015

Resenha: Fazendo meu filme, Paula Pimenta



Sinopse:
Tudo muda na vida de Fani quando surge a oportunidade de fazer um intercâmbio e morar um ano em outro país. As reveladoras conversas por telefone ou MSN e os constantes bilhetinhos durante a aula passam a ter outro assunto: a viagem que se aproxima.
"Fazendo meu filme" nos apresenta o fascinante universo de uma menina cheia de expectativas, que vive a dúvida entre continuar sua rotina, com seus amigos, familiares, estudos e seu inesperado novo amor, ou se aventurar em um outro país e mergulhar num mundo cheio de novas possibilidades.
via Skoob



Resenha:

        Dentro de encontros e desencontros desse universo paralelo que os adolescentes vivem, Paula Pimenta me apresentou a Fani. Com seu particular gosto por filmes, a garota define sua vida em citações e diálogos de produções que ela guarda com todo o carinho na estante. 

"Uma vez me perguntaram qual era o filme da minha vida. Fiquei um tempão pensando nisso, mas, em vez de responder, entreguei para a pessoa a minha lista de DVDs. Eu não tenho um filme preferido, cada um deles tem uma cena especial, um momento que faz com que eu deseje ser a protagonista, que anseie que minha vida seja tão emocionante e colorida como a delas." 
(Prólogo)

     Não há características particularmente emocionantes na vida de Fani. Ela sente-se deslocada diante dos amigos, por ser mais reservada e gostar de coisas diferentes (não gostar tanto de sair, por exemplo.) Ainda assim, consegue levar uma vida até que comum. Aulas, provas, paixonite pelo professor de biologia, preguiça aguda... 
       Até que algumas coisas ficam diferentes em uma festa em que ela bebe um pouco demais e acaba lembrando um pouco de menos o que fez. Essa festa é o momento que redefine muitas das certezas que Fani tem na vida. Uma delas é a da amizade inocente com Leonardo - que acaba se provando um pouco mais do que isso.
     Um dos pontos cansativos do livro é que a protagonista se comporta teimosamente incrédula, recusando-se a acreditar no Léo como algo mais em sua vida. E isso gera um vai e vem entre os dois que se torna cansativo em certo ponto. Em contrapartida, Fani conquista muitas coisas em relação a estudos. A busca dela pelo programa de intercâmbio, que vem a conseguir posteriormente, prova que um romance não se sustenta somente de uma história de amor. Paula Pimenta atribui um valor a Fani como garota, adolescente, intercambista, e não somente como par romântico de Léo, o que se torna uma das características mais interessantes na leitura, e evita que ela tome um caminho não muito agradável. 
         Em geral, é uma leitura que flui bem e rápida, característicamente teen, com recursos de escrita que a tornam mais visual e portanto, mais atrativa. 

"Hoje sei que nenhum filme é melhor que a vida"
(Epílogo)
            

quarta-feira, 4 de março de 2015

[SUPER LEITURA] Cinquenta Tons de Cinza: Falta sofisticação aos diálogos - apenas uma análise!



Amigos, Saylon Sousa de volta!
Como prometido, trouxe uma super novidade para essa estreia de coluna. Nas últimas semanas apresentei alguns textos na nossa coluna MOMENTO OTAKU, mas garanti que em março iria estrear nossa coluna SUPER LEITURA. Não pude deixar de cumprir com essa dívida, então resolvi ir atrás de um material muito bom para divulgar.

Não li, e nem pretendo assistir Cinquenta Tons de Cinza. Contudo acho injusto deixá-los sem uma análise sobre o filme que está mexendo com a cabeça de muitos. Aqui em São Luís até briga na sala de cinema teve entre mulher traída, marido safado e amante (mas isso fica em off).

Conversei com um colega do trabalho, o jornalista Maurício Araya, que escreve para um dos principais portais de notícias do Maranhão. Ele inocentemente postou em uma rede social sobre sua ida ao cinema para apreciar a película, e, pensando no caro leitor, pedi gentilmente a ele para que se pronunciasse (mesmo que em poucas linhas) sobre o fenômeno do audiovisual. Sem delongas trago para vocês essa SUPER LEITURA feita por Maurício. 



Um novo Crepúsculo: essa foi a primeira impressão que tive ao assistir as cenas iniciais do tão esperado Cinquenta Tons de Cinza. Sucesso imbatível de bilheteria - líder em mais de 50 países -, o filme, inspirado no livro de mesmo nome, conta a história de Anastacia Steele (interpretada por Dakota Johnson) e Christian Grey (Jamie Dornan): a moça simples que, por casualidade do destino, é colocada à frente do magnata. Dá para imaginar que o enredo segue uma fórmula da fábula infantil: a sensação de perseguir o inalcançável - assim como Bella, de Crepúsculo, almeja um amor com todas as complexidades de um ser imortal.

Não se apaixonar por Dakota só é possível, ao que parece, para o papel de Dornan: a atriz mostra sensualidade (com sua característica mordida de lábio) e corpo impecável, mas, infelizmente, não convence como uma virgem de 21 anos. Por sua vez, devo reconhecer, Dornan convence como o jovem rico e sedutor de 27 anos (confirmado pelos suspiros ouvidos, frequentemente, na sessão em que estive).

Confesso que não li o livro, e entrar na discussão sobre o abismo entre a expectativa criada pelo imaginário e a realidade apresentada na tela grande é inútil - a experiência ao ler um livro sempre será mais agradável que visualizá-la em um recorte audiovisual -, mas não senti falta de nada. Melhor dizendo: para mim, a história teve começo, meio e criou a expectativa necessária para a continuação da trilogia (Cinquenta Tons mais Escuros, que deve contar com maior controle do best-seller, E. L. James).

É claro que alguns - assim como eu - podem ser levados a acreditar que a linguagem - literalmente, verbal - explorada pelo filme é grosseira - e defendo que é, sim (como no momento em que, questionado por Ana se faria "amor" com ela, Christian dispara: "Não faço amor. Eu fodo, e com força"). Falta sofisticação aos diálogos.

Por outro lado, Cinquenta Tons de Cinza me surpreendeu com a qualidade de sua fotografia e impecável continuidade - é possível perceber o zelo pelos detalhes. As cenas de sexo explícito são na medida, e o assunto central da obra - o sadomasoquismo -, esse sim, é tratado de forma elegante, que nos desperta a curiosidade, o interesse, e não o receio ou aversão.

O único ponto que senti como negativo é o apego da trama ao contrato a ser firmado entre Ana e Grey sobre as condições de tal "relacionamento": as duas horas e meia de duração poderiam ser melhor aproveitadas. Ao fim desse período, a mesma cena que nos entrega à essa deliciosa história de sedução é a de despedida dela, ou, pelo menos, de sua primeira parte. Ana. Christian. Até breve!

Maurício Araya
Jornalista redator do portal Imirante.com


É isso! Eu gostei! Por muito, mas muito mesmo, ele quase me convenceu a ir ao cinema. Acho que um Netflix pode ser a solução daqui há um tempo. Agradeço ao caro colega pela disposição e por, mesmo sem muita explicações de minha parte ter captado o nosso ritmo de SUPER LEITURAS.

As atividades do blog seguem normalmente com nossa amada Mallú Ferreira! Eu volto depois com mais para vocês! Antes siga-nos no twitter! Faça parte do projeto SUPER LEITURA! É só procurar por @SUPER LEITURA e seguir! Tchau!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Ela disse, Ele disse - Thalita Rebouças



Sinopse:
      Primeiro dia numa escola nova é sempre complicado: a gente se sente um peixe fora d'água. Enquanto todos os outros alunos são (ou ao menos parecem ser) melhores amigos de infância, os novatos ficam pelos cantos, sem jeito, pensando em qual seria a melhor tática de aproximação.
      Mas será que fazer amigos e se adaptar a uma nova realidade é mais fácil para uma menina ou para um menino?
      Este é o ponto de partida de Ela disse, ele disse: Leo e Rosa são dois típicos adolescentes que revelam como passaram pela dureza do primeiro ano num colégio novo.
Amizade, futebol, paixões, ciúmes, bullying e as armadilhas da internet são alguns dos ingredientes que dão sabor a essa história com dois narradores e dois pontos de vista.


Resenha:

         Que garotos e garotas tem linhas de pensamento BEM diferentes, todo mundo sabe. Mas como seria conhecer um pouco dos dois mundos em um situação específica? Thalita Rebouças traduz e conecta essas duas línguas peculiares faladas pela população pré-adolescente feminina e masculina (mesmo que a sinopse aponte os protagonistas como adolescentes, a leitura é bem leve e própria de quem está apenas iniciando nessa fase tão confusa da vida).
         Rosa e Leo são novatos na escola, e acabam se esbarrando na mesma experiência de tentar se enturmar com grupinhos que já foram definidos. Leo, como a maioria dos garotos, encontra sua turma muito rápido, apenas jogando futebol com eles. Rosa demora um pouco mais, mas também faz novas amigas. 
           A partir daí se desenrola uma história entre os dois. Ou será que se enrola? Um conto de amor muito engraçado e contado no ponto de vista dos dois, que se alterna durante toda a leitura. Essa tática de escrita foi ótima, porque atribuiu uma dinâmica maior e mais divertida à narrativa. Podemos ver as prioridades de meninos e meninas, as facilidades de comunicação dos dois (ou não!) Tudo baseado no ela disse, ele disse.